A TABERNA de OURENSE
Depois de um percurso pela Ribeira Sacra, ao longo do Rio
Sil, de Quiroga a Montederramo, onde faleceu a nossa D. Teresa, primeira rainha
de Portugal, o que apetece é um bom almoço em Ourense.
Claro que a Ribeira Sacra, de raiz priscilianista, deveria
convidar ao jejum e à meditação. Mas o esplendor da Primavera nestes dias que
crescem sobre a noite, em que o Sol enterra de vez o Carneiro da fome e da
tristeza, convida a um singelo e honesto repasto, num local asseado de boa
mesa.
Para isso tivemos de ir bater a porta d’ A TABERNA, a dois
passos da Plaza Mayor.
Bater à porta literalmente, porque os tempos não estão para
facilitações. A seguir à movida oronense, fecharam por ali quase todos os
comércios e até as “meninas” foram corridas das esquinas! Ficou “A Taberna” e
dois ou três estabelecimentos.
Para a mesa, com bom pão de mistura e um bom vinho Ribeira
Sacra de uvas Mencia, veio caldo galego e postas grelhadas de bom peixe jurado
selvagem, tudo servido com mão de artista tornando os espargos e as batatas no
prato numa “instalação” a fazer jus
às que artistas de nomeada apresentam nas galerias de arte.