POUSADA DE SANTA MARIA DO BOURO



O dia nasceu soalheiro, mas anunciava-se chuva que acabou por desabar pela hora do almoço.
Não é o melhor sítio para se comer “pica.no-chão", mas a curiosidade de rever o Convento de Souto Moura, levou-nos até lá. Caldo verde e canja de galinha sem novidade. O “pica-no-chão” trazia a carne e o arroz e pouco mais, já que o tempero não tinha o requinte que qualquer tasco da zona nos ofereceria. O vinho era da zona, um “rosé” verde das encostas da Abadia. O serviço foi simpático sem arroubos escolásticos, de acordo com a simplicidade que por ali sempre se aplicou, já que nas origens estava a ordem de Cister que apareceu para tirar os penachos à ordem de Cluny que traía a humildade de Bento de Núrsia, que desde o século VI, ensinava ao mundo as virtudes cardinais, como as queria Jesus, o Cristo.

De capelinha a grande Convento, ou Mosteiro, porque ali se praticava a clausura e a vida contemplativa como o pregavam os priscilianistas, o edifício foi uma sucessão de obras em cima de obras. Por isso Souto Moura respeitou o que estava construído, como ele próprio refere: «Construí um edifício novo com paredes antigas(…).Quando comecei percebi, juntamente com os arqueólogos, que o mosteiro era feito de sobreposições, comprovando que o património acaba sempre por ser feito por atentados ao património… A partir daí foi-me mais fácil materializar a ideia:fazer renascer o mosteiro como uma estrutura do século XX, no respeito pela História(…)».

A TABERNA de OURENSE


A TABERNA de OURENSE
Depois de um percurso pela Ribeira Sacra, ao longo do Rio Sil, de Quiroga a Montederramo, onde faleceu a nossa D. Teresa, primeira rainha de Portugal, o que apetece é um bom almoço em Ourense.
Claro que a Ribeira Sacra, de raiz priscilianista, deveria convidar ao jejum e à meditação. Mas o esplendor da Primavera nestes dias que crescem sobre a noite, em que o Sol enterra de vez o Carneiro da fome e da tristeza, convida a um singelo e honesto repasto, num local asseado de boa mesa.
Para isso tivemos de ir bater a porta d’ A TABERNA, a dois passos da Plaza Mayor.
Bater à porta literalmente, porque os tempos não estão para facilitações. A seguir à movida oronense, fecharam por ali quase todos os comércios e até as “meninas” foram corridas das esquinas! Ficou “A Taberna” e dois ou três estabelecimentos.

Para a mesa, com bom pão de mistura e um bom vinho Ribeira Sacra de uvas Mencia, veio caldo galego e postas grelhadas de bom peixe jurado selvagem, tudo servido com mão de artista tornando os espargos e as batatas no prato numa “instalação” a fazer jus às que artistas de nomeada apresentam nas galerias de arte.

PALÁCIO DE CANEDO EM TERRAS DE BIERZO



PALÁCIO DE CANEDO EM TERRAS DE BIERZO

A mãe de Afonso Henriques sempre me fascinou. Mulher de armas, viúva aos 32 anos, empunhou a espada do Poder até que lha arrancaram em 24 de Junho de 1128, quando seu filho, Afonso Henriques, desenhou a primeira tarde portuguesa no Campo de Ataca, cerca do castelo de Guimarães.
Era filha de Ximena Moniz, Senhora do Bierzo.
Porque me veio à mão a obra que Isabel Stilwel sobre ela publicou em 2013, botei-me à estrada até Ponferrada.
Como demandava coisas de história, instalei-me no Palácio de Canedo, do século XVIII, que é ao mesmo tempo, hotel, restaurante, adega, vinha, etc…, tudo obra do actual proprietário José Luís Prada, homem laborioso e simpático que nos saúda à mesa com vinho da sua própria colheita.

A ementa traz larga série de comidas tradicionais. Mas a principiante em terras del Bierzo é obrigatório provar o típico “botilho” da região.

POUSADA DE SANTA MARIA DO BOURO

O dia nasceu soalheiro, mas anunciava-se chuva que acabou por desabar pela hora do almoço. Não é o melhor sítio para se comer “pic...